Sessão Principal 1: Tecnodiversidade e colonialismo digital: Imaginando outros futuros
A sessão explora a intersecção do colonialismo digital e o conceito de tecnodiversidade – entre outros, segundo a abordagem do filósofo chinês Yuk Hui. Para o filósofo, a convergência das tecnologias modernas pela superfície da Terra a partir do século XX favoreceu uma história tecnológica fundamentalmente europeia, que foi capaz de atualizar e aprofundar o processo de colonização iniciado com a expansão marítma. A globalização, impulsionada por um ideal de universalidade da tecnologia, que ignora seu caráter intrínseco à cultura humana, produziu um processo de homogeneização tecnológica, aprofundando o apagamento de saberes gerado pela violência contra os povos africanos e ameríndios. Essa homogeneização aconteceu através da sincronização possibilitada pela tecnologia, que faz com que “diferentes tempos históricos convirjam em um único eixo de tempo global [priorizando] tipos específicos de conhecimento como força produtiva principal”. Outros futuros possíveis necessitam do avanço de uma diversidade de cosmotécnicas, capazes de inspirar e recontextualizar as tecnologias modernas.
O painel busca explorar quais são as possibilidades de repensar a Internet, uma rede global de computadores que se pretende uma infra-estrutura única, e as alternativas de desenvolvimento tecnológico que contemplem a especificidade de povos e grupos locais não-ocidentais. Como romper, por exemplo, com o dadoísmo, que usa da quantificação como critério último de julgamento? Assista no player abaixo.
José Murilo: “O #FIB14 é oportunidade para rever a comunidade que acredita em uma Internet melhor. Apresentei sobre o “Modelo de Gestão para Inovação em Software Livre“, que acredito ser a principal chave para entender o sucesso do Projeto Tainacan nestes 10 anos de parceria bem sucedida entre o Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e a Universidade Pública.”
Histórico: Projeto Tainacan, do MinC ao Ibram
- 2015: Projeto Tainacan tem início no âmbito da Coordenação-Geral de Cultura Digital no MinC – TED-UFG para desenvolvimento do Protótipo de Repositório Digital em software livre — fundamento tecnológico para a construção de uma Política Nacional para Acervos Digitais.
- 2016: Com a extinção do MinC, projeto Tainacan migra para o Ibram. Foco do desenvolvimento na UFG desloca-se para as demandas do campo museal, mas a arquitetura do projeto segue aberta e funcional para todo o universo GLAM (Museus, Arquivos, Bibliotecas e Galerias).
- 2017-2022: Evolui o “Modelo de Gestão p/ a Inovação em Software Livre”, Com a inclusão da UnB e da UFES, e apesar da ausência do MinC, a parceria Ibram-Universidade Pública apoiada no instrumento TED logrou o estabelecimento de uma capacidade de implementação em cultura digital.
- 2023: Ibram desenvolve Capacidade em Formulação e Implementação de Ações em Cultura Digital no Ibram-Museus – Modelo de Gestão ganha escala.
- Coordenador do Projeto Tainacan na UFG/UnB, Prof. Dalton Martins, assume a Coordenação-Geral de Sistemas de Informação Museal no Ibram, e absorve a área de TI;
- Criação do LabDev – Laboratório de Suporte e Desenvolvimento com especialistas da Ciência da Informação que trabalharam na implementação de projetos com Tainacan;
- Nova TI passa a ter domínio da cadeia tecnológica que suporta os serviços digitais do Ibram, migrados para a tecnologia (software livre) dominada pelo LabDev.
- Em setembro, o Ibram lança o serviço Brasiliana Museus.
Sérgio Amadeu fala ao final da Sessão Principal: